terça-feira, 8 de novembro de 2011

JÓ 4

Então respondeu Elifaz o temanita, e disse:

Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderia conter as palavras?

Eis que ensinaste a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas.

As tuas palavras firmaram os que tropeçavam e os joelhos desfalecentes tens fortalecido.

Mas agora, que se trata de ti, te enfadas; e tocando-te a ti, te perturbas.

Porventura não é o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança a integridade dos teus caminhos?

Lembra-te agora qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos?

Segundo eu tenho visto, os que lavram iniqüidade, e semeiam mal, segam o mesmo.

Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem.

O rugido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebram.

Perece o leão velho, porque não tem presa; e os filhos da leoa andam dispersos.

Uma coisa me foi trazida em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.

Entre pensamentos vindos de visões da noite, quando cai sobre os homens o sono profundo,

Sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram.

Então um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne.

Parou ele, porém não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz que dizia:

Seria porventura o homem mais justo do que Deus? Seria porventura o homem mais puro do que o seu Criador?

Eis que ele não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui loucura;

Quanto menos àqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são esmagados como a traça!

Desde a manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente perecem sem que disso se faça caso.

Porventura não passa com eles a sua excelência? Morrem, mas sem sabedoria.

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