segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Adoração, caminho para a nossa cura

A cura física e espiritual de que necessitamos está na adoração Eucarística. Está em nos aproximarmos do trono da graça com o propósito de sermos atingidos pela divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Precisamos adorar em espírito e em verdade. Mesmo na fraqueza, usar nossa boca, nossa mente, nossos sentimentos, nossos joelhos para adorar a Jesus. A cura virá sobre nós. Essa é a maneira de o Senhor agir.

Jesus apontou o caminho para a cura: a adoração. O Pai está procurando adoradores em espírito e em verdade. Adorar em espírito quer dizer colocar o nosso espírito em adoração. Temos a graça do batismo no Espírito Santo, somos cheios dos Seus dons, Ele ora em nós. Mesmo que nossa carne esteja doente, podemos orar no espírito.

Talvez estejamos com a alma cheia de dor em decorrência de problemas e situações que parecem ser difíceis de resolver. Por isso não temos palavras para adorar o Senhor. Mas, na Carta de São Paulo aos Romanos, lemos: “O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).

Não temos palavras para nos expressar diante de Jesus Eucarístico, mas o Espírito vem em nosso auxílio. Se você se entrega nesse tipo de oração, mesmo em meio à muita dor e lágrimas, estará adorando em espírito.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Liturgia Diária de 07/11/2011

Primeira Leitura (Sb 1,1-7)
Início do Livro da Sabedoria.

1Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração.
2
Ele se deixa encontrar pelos que não exigem provas, e se manifesta aos que nele confiam.
3
Pois os pensamentos perversos afastam de Deus; e seu poder, posto à prova, confunde os insensatos.
4
A Sabedoria não entra numa alma que trama o mal nem mora num corpo sujeito ao pecado.
5
O espírito santo, que a ensina, foge da astúcia, afasta-se dos pensamentos insensatos e retrai-se quando sobrevém a injustiça.
6
Com efeito, a Sabedoria é o espírito que ama os homens, mas não deixa sem castigo quem blasfema com seus próprios lábios, pois Deus é testemunha dos seus pensamentos, investiga seu coração segundo a verdade e mantém-se à escuta da sua língua;
7porque o espírito do Senhor enche toda a terra, mantém unidas todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo (Sl 138)

— Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
— Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

— Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
— A palavra nem chegou à minha língua, e já, Senhor, a conheceis inteiramente. Por detrás e pela frente me envolveis; pusestes sobre mim a vossa mão. Esta verdade é por demais maravilhosa, é tão sublime que não posso compreendê-la.
— Em que lugar me ocultarei de vosso espírito? E para onde fugirei de vossa face? Se eu subir até os céus, ali estais; se eu descer até o abismo, estais presente.
— Se a aurora me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares; mesmo lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa destra.

Evangelho (Lc 17,1-6)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo,
1
Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos!
2
Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe.
4
Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”
6
O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

O perdão é um ato da vontade

não das emoções



A frase-chave do Evangelho de hoje é: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, reprende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe”.

Em termos práticos, a palavra “perdão” significa abrir mão do direito de mover uma ação contra o ofensor. É um ato da vontade, não das emoções. O plano de Deus para o perdão a um ofensor dá a ambas as partes um novo começo rumo a uma vida melhor. O perdão de Deus é a remoção da culpa e da penalidade total de nossos pecados sem qualquer merecimento nosso.

O perdão é necessário, porque as ofensas são muitas. Jesus disse: “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!” (Lc 17,1). Nós ofendemos e somos ofendidos. Este é um problema comum nas relações humanas. Ofendemos os outros por atos, atitudes ou palavras (cf. Tg 3,2). O cristão sincero deve ser cuidadoso para não ofender nem sentir as ofensas pelos atos dos outros. Isso requer uma vigilância constante: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”, advertiu-nos Jesus.

O perdão é necessário por causa do mandamento de Deus. E Ele é bastante enfático sobre isso. Temos de perdoar cada ofensa repetidas vezes (cf. Lc 17,3-4).

“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão e longanimidade. Suportando-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3,12-13).

Quer dizer, tudo que for oposto ao espírito de perdão deve ser abandonado de uma vez por todas, e ser substituído por bondade, simpatia e perdão. Neste capítulo não há meio-termo: ou perdoamos uns aos outros ou nos rebelamos contra Deus.

O perdão é necessário, porque não perdoar é prejudicial. Jesus advertiu de que tal atitude é tão grave que Deus não perdoará a pessoa que não quiser perdoar outra (cf. Mt 6,12-15). É tão grave que se uma pessoa persiste nesta atitude, deve ser excluída da comunhão da Igreja (cf. Mt 18,7-9). Um espírito amargo é algo muito sério diante de Deus, merecendo a mais severa disciplina.

Perdoe todas as ofensas. Se alguém ofendê-lo, quer seja por palavras, obras ou atitude, perdoe. Se o erro se repetir mais vezes, ainda que seja no mesmo dia, perdoe (cf. Lc 17,4). Perdoe verdadeiramente, não deixe que as ofensas se acumulem de modo a resultar num grande fardo. Seu perdão deve remover a ofensa para longe, assim como Deus nos tem perdoado.

Perdoe de uma vez para sempre. Você pode dizer: “Eu posso perdoar, mas não posso esquecer”. Deus não nos ordena a esquecer. Ele está preocupado que o nosso perdão seja tão completo que, se nos lembrarmos da ofensa, será para louvá-Lo pelo perdão e não para sentir mais tarde uma mágoa pela ofensa.

Confie plenamente em Deus. Perdão é um exercício espiritual. Quando Jesus terminou Seu ensino sobre o perdão, os discípulos responderam: “Aumenta-nos a fé” (cf. Lc 17,5). O perdão pode ser estendido às pessoas pela fé em Deus.

Submeta-se totalmente ao Espírito Santo. As virtudes mencionadas em Colossenses 3,12-13, relativas ao que devemos fazer para perdoar, estão intimamente ligadas aos frutos do Espírito Santo, enumerados em Gálatas 5,22-23. O cristão que é cheio do Espírito não O entristecerá com uma atitude amarga que recusa perdoar.

Siga explicitamente o exemplo de Cristo: “Assim como Cristo vos perdoou, assim também fazei vós” (Cl 3,13). “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,32). Jesus mesmo nos deixou o exemplo do perdão para seguirmos.

Ame abnegamente a pessoa que não merece. “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor” (Cl 3,14). Este espírito capacitará você a agir bondosa e pacientemente com o ofensor. “O amor é sofredor, é benigno, não se irrita, não suspeita mal, tudo sofre. O amor nunca falha” (I Cor 13,4-8). O amor de Deus é a resposta para toda nossa amargura e sentimentos irreconciliáveis.

Descanse completamente na paz de Deus Pai. Se você permitir que a paz do Senhor domine seu coração, você não terá problema com a falta de perdão (cf. Cl 3,15). Quando você “guarda a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”, não terá problema com o espírito de irreconciliação (cf. Ef 4,3). A amargura e a mágoa que acompanham um espírito irreconciliável destruirão a paz do coração.

Se você pensar: “Não posso viver com a pessoa que agiu errado comigo”, lembre-se de que é a paz de Deus que deve reinar no seu coração. Se não pode amar essa pessoa, peça a Deus para amá-la por você e Ele o fará! Amando com o amor de Deus você será cheio de Sua paz (cf. Ef 4,1-3).

Perdão significa abrir mão para sempre do direito de mover uma questão contra uma pessoa, ou seja, de vingar-se dela. É um ato da vontade, não de emoções. O plano de Deus é que tanto o ofensor como o ofendido tomem um novo começo, rumo a uma vida melhor. Esteja disposto a cultivar a graça do perdão e será feliz para todo o sempre diante do Altíssimo.

Padre Bantu Mendonça


Você não nasceu para ir para o lixo

O portador do ódio é sempre o mais prejudicado
Uma de nossas reações mais comuns diante do sofrimento é a busca de justificativas e de culpados para tais situações. Não é fácil lidar com a dor, mais difícil ainda é enfrentar perdas e injustiças. Qual o pai que, ao perder seu filho em um assassinato, não ficará revoltado? A dor humana é compreensível e não pode ser pormenorizada, porém, precisamos aprender a trabalhá-la em nós.

Diante da injustiça, a mágoa e a revolta são consequências reais, contudo, a história nos revela que tais realidades são apenas consequências da dor e não um remédio para ela.

A violência sempre gerará mais violência, desencadeando assim um gradativo processo de disseminação do ódio, o qual, por sua vez, nunca encontrará o seu fim.

Mas como finalizar esses processos inaugurados pelo ódio? Para a violência se ausentar faz-se necessário a consciência de que um dos lados precisará ceder, perdoando.

Somos muito orgulhosos, em consequência do pecado original enraizado em nós e, por vezes, contemplamos as situações somente a partir do ângulo de nossas próprias razões. Nunca queremos dar o “braço a torcer” e queremos sempre ter a razão nas situações. E, muitas vezes, até a [razão] possuímos mesmo, contudo, “amar significa perder para ganhar” e perdoar é abrir mão da própria razão por uma realidade mais nobre.

Por mais injustiça que tenhamos experienciado, a atitude mais racional diante dessa realidade é o perdão. Por quê? Porque a mágoa nos torna pequenos e empobrecidos demais, além de ser a raiz de inúmeras enfermidades (segundo muitas comprovações científicas). O portador do ódio é sempre o mais prejudicado. Quando estamos magoados pensamos na pessoa que nos causou a dor durante as 24 horas do dia e acabamos por “aprisioná-la” dentro de nós.

Aquele que alimenta o ódio enxerga apenas a si mesmo e o seu sofrimento, fragmentando assim a própria existência e deixando de lado outras realidades essenciais. Quem vive magoado não tem qualidade de vida, não tem paz…

Perdoar é extinguir a trama de angústias que o ódio produz em nós, é libertar-se para descobrir a beleza até mesmo na desventura.

Sei que, em determinadas situações, o perdão não é coisa fácil, porém, perdoar é uma questão de decisão e não de sentimento. A graça de Deus não nos desampara, ela está sempre pronta a auxiliar aqueles que desejam verdadeiramente viver a reconciliação.

Não percamos mais tempo: libertemo-nos de toda mágoa! Existe muita vida para se viver e ainda muita alegria/realização para se conquistar.

Coragem!

http://cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=12505

Jó 3

Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.

E Jó, falando, disse:

Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!

Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.

Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; a escuridão do dia o espante!

Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses!

Ah! que solitária seja aquela noite, e nela não entre voz de júbilo!

Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para suscitar o seu pranto.

Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pálpebras da alva;

Porque não fechou as portas do ventre; nem escondeu dos meus olhos a canseira.

Por que não morri eu desde a madre? E em saindo do ventre, não expirei?

Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse?

Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e então haveria repouso para mim.

Com os reis e conselheiros da terra, que para si edificam casas nos lugares assolados,

Ou com os príncipes que possuem ouro, que enchem as suas casas de prata,

Ou como aborto oculto, não existiria; como as crianças que não viram a luz.

Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.

Ali os presos juntamente repousam, e não ouvem a voz do exator.

Ali está o pequeno e o grande, e o servo livre de seu senhor.

Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo?

Que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos;

Que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?

Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?

Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.

Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu.

Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.